Fontes de poluição aquática
Poluição das águas superficiais
As águas superficiais conseguem
recuperar rapidamente de descargas de matéria orgânica oxidável ou de poluição
térmica.
Esta capacidade está relacionada com a
capacidade de diluição e com a decomposição bacteriana.
No entanto, esta autodepuração
tem limites:
- É afectada por uma drenagem parcial de
água;
- É afectada por uma descarga poluente
excessiva;
- Materiais não biodegradáveis
não são eliminados.
Poluição das águas subterrâneas
A água subterrânea constitui a principal fonte de água para consumo
humano directo.
Contrariamente ao que acontece
com as linhas de água superficiais, a água subterrânea, quando contaminada, não
consegue autodepurar-se de resíduos desagradáveis.
Possui um movimento muito mais lento;
Possui populações muito menores de bactérias
decompositoras;
É mais fria (abrandamento das reacções
químicas de degradação dos resíduos).
Poluição dos oceanos
O oceano possui uma elevada capacidade de diluição e de dispersão, mas a
sua capacidade autodepuradora não é infinita.
Eutrofização
A eutrofização resulta da acumulação em excesso de nutrientes
(principalmente azoto e fósforo) nos ecossistemas aquáticos.
Origem:
- Aumento da população humana e
utilização massificada de determinados produtos;
- Recurso a fertilizantes nas práticas agrícolas intensivas;
- Descargas de efluentes industriais.
Baixos níveis de nutrientes
Crescimento limitado do fitoplâncton.
Elevada biodiversidade.
Aumento da concentração
de nutrientes
Desenvolvimento do
fitoplâncton.
Aumento da turvação.
Redução da comunidade
vegetal submersa.
Elevada concentração de
nutrientes
Crescimento rápido do
fitoplâncton.
Acumulação de detritos
e algas mortas.
Redução do oxigénio
dissolvido
Redução da
biodiversidade.
Representa um processo demorado associado à
evolução natural dos ecossistemas.
Exemplo - lagos e albufeiras recebem
escorrências ricas em nutrientes e sedimentos erodidos dos terrenos
circundantes.
Eutrofização cultural
Representa um processo de eutrofização
acelerado.
Ocorre
em ecossistemas aquáticos próximas de zonas urbanas ou agrícolas, onde ocorre
um aporte de nutrientes originados pelas diversas actividades humanas.
Parâmetros da qualidade
das águas
Parâmetros físicos: cor; turvação; temperatura; sólidos; sabor;
odor. Estes parâmetros são avaliados através de escalas próprias.
Parâmetros químicos:
salinidade; dureza; alcalinidade; teor em ferro; teor em nitratos; teor em
matéria orgânica. Estes parâmetros são
avaliados em termos de concentração (mg/L).
Parâmetros biológicos: São avaliados pela densidade
populacional de determinados organismos.
Carência bioquímica de oxigénio:
- Este parâmetro é utilizado
para avaliar a quantidade de matéria orgânica oxidável na água.
- Representa a quantidade de
oxigénio dissolvido que as bactérias decompositoras necessitam para degradar a
matéria orgânica de um determinado volume de água durante um período de
incubação.
- Geralmente, utiliza-se um
período de incubação de 5 dias, a 20º C, obtendo-se,
assim, a CBO 5 .
Tratamento
das águas residuais
As águas residuais representam águas que
foram utilizadas em actividades domésticas, industriais ou agrícolas e que
contém uma grande variedade de resíduos.
O
tratamento destas águas é feito em estações de tratamento, denominadas
abreviadamente como ETAR.
Numa
ETAR as águas são sujeitas a tratamentos que removem os poluentes e o efluente
final é devolvido ao ambiente.
Numa ETAR os efluentes estão sujeitos a três
níveis de tratamento.
ETAR – Tratamento primário
Conjunto de processos mecânicos para remoção de materiais sólidos de
grandes dimensões (paus, pedras, trapos, etc.). Nesta fase também se realiza
uma decantação para eliminação de grandes parte da matéria em suspensão.
ETAR – Tratamento secundário
Conjunto de processos biológicos que eliminam
90% da matéria orgânica dissolvida. São utilizadas bactérias aeróbias ou
anaeróbias.
Posteriormente
existe uma decantação.
Neste
processo são usados tanques de percolação ou tanques de lamas activadas.
Nos tanques de percolação as águas percorrem
um leito de gravilha fina, recoberto por organismos decompositores.
Nos tanques de lamas activadas, as
águas são bombeadas para um tanque aerificado onde são misturadas com lamas que
possuem bactérias decompositoras.
As águas residuais passam, em
seguida, para um tanque de decantação, onde se dá a deposição das lamas e dos
microrganismos em suspensão.
As lamas que são produzidas no tratamento
primário e secundário são transformadas transformando-se em lodos tratados.
As principais técnicas utilizadas no
tratamento das lamas são a digestão anaeróbia, estabilização química com cal,
compostagem, secagem térmica e eliminação por incineração.
ETAR – Tratamento terciário
São realizados tratamentos
físicos e químicos que conduzem à remoção de nutrientes, de poluentes
específicos (DDT, compostos orgânicos específicos, etc.), bactérias e sólidos
suspensos.
Este processo raramente se
realizar, uma vez que é muito dispendioso.
Serve para remover poluentes específicos.
RESUMINDO
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