16 de fevereiro de 2012

Métodos Contraceptivos

Fig. 1 Preservativos


O que são os métodos contraceptivos?


Os métodos contraceptivos ajudam a prevenir a gravidez não desejada, permitindo a vivência da sexualidade de forma saudável e segura. Os métodos contraceptivos estão divididos em dois grandes ramos: Os métodos de contracepção naturais e os não naturais. No caso dos não naturais os mecânicos e os químicos. O único método cem por cento eficaz para evitar a gravidez é a abstinência, isto é, não ter relações sexuais porém existem outros métodos capazes de prevenir com elevada taxa de sucesso a gravidez não desejada.

Métodos contraceptivos naturais


 

Existem três tipos: o método da temperatura, o método do muco cervical e o método do calendário, que para aumentar a sua eficácia devem ser utilizados em conjunto.

Método da temperatura: 

É uma estratégia para evitar a gravidez, onde a mulher determina a temperatura do seu corpo em repouso, medindo-a todas as manhãs antes de se levantar. Para que este método funcione o casal deve evitar a relação sexual a partir do início da menstruação até pelo menos 48 a 72 horas após o dia em que ocorreu a elevação da temperatura corporal.
 Fig. 2 Temperatura corporal

Normalmente a temperatura habitual do corpo diminui antes da libertação do óvulo e aumenta discretamente num valor inferior a 0,5 Cº após a sua libertação. Este método exige ausência de actividade sexual em determinadas fases do mês. Este método contraceptivo era muito utilizado antigamente tendo caído em desuso devido ao aparecimento de outros mais eficazes.

Método do muco cervical:

É um mecanismo que consiste em analisar o muco, uma substância gelatinosa, produzida pelas glândulas do colo do útero que sofre alterações ao longo do ciclo menstrual. Na altura da ovulação adquire uma aparência fluida e quase transparente com grande elasticidade, nesta fase o muco facilita a entrada de espermatozóides no útero.


Fig. 3 Espessura do muco cervical



 Se uma mulher quiser utilizar este método para contracepção deverá, todas as manhãs, observar se tem muco na vulva e como é a sua aparência. Convém ser acompanhada por um médico ou alguém que seja um bom conhecedor deste método. Para aumentar a eficácia contraceptiva deste método, a mulher / rapariga só deverá ter relações sexuais 3 dias depois da ocorrência do ponto máximo de elasticidade do muco.




Método de calendário:


Determina, através de cálculos, o início e o fim do período fértil. O método é indicado para mulheres que têm o ciclo menstrual absolutamente regular, pois os espermatozóides chegam a sobreviver três dias no aparelho genital da mulher e os óvulos ficam ali por um dia. Este método pode falhar pois o ciclo pode se alterar dependendo de factores externos, como alimentação, stress, actividade física, doenças e até mudanças de fuso horário.


Antes de usar esse método com segurança, a mulher deve registar o número de dias de cada ciclo menstrual durante, pelo menos, seis meses. Em seguida deve calcular quando ocorrem os seus dias férteis, como podemos ver nas seguintes instruções:

Fig. 4 Ciclo menstrual



Do número total de dias no seu ciclo mais curto, subtraia 18. Isto identifica o primeiro dia fértil do seu ciclo.

Do número total de dias no seu ciclo mais longo, subtraia 11. Isto identifica o último dia fértil do seu ciclo.





Por outro lado deparamo-nos com os métodos contraceptivos não naturais entre os quais existem os mecânicos e os químicos.







Métodos contraceptivos mecânicos



Nos métodos contraceptivos não naturais mecânicos existe uma variada diversidade de opções tais como: o preservativo, podendo ser masculino ou feminino, o diafragma e o dispositivo intra-uterino (DIU).



Preservativo:


Desde há muito tempo que o homem tenta evitar o contacto entre o oócito II e o espermatozóide. O preservativo é uma delas, mais recentemente utilizada, este é feito de material impermeável como por exemplo: látex, e, no caso do masculino, é colocado no pénis quando este está erecto. O esperma fica aprisionado no reservativo e os espermatozóides não têm nenhum contacto com a vagina. Por outro lado o preservativo feminino tem uma função semelhante, sendo colocado na vagina e removido após a relação sexual.


Fig. 5 e 6 Preservativos masculino e feminino


Para além destas funções, o preservativo tem também um papel importantíssimo na prevenção da propagação das doenças sexualmente transmissíveis como a SIDA e hepatite.





O diafragma:


É uma membrana de borracha que encaixa sobre o cérvix bloqueando a entrada dos espermatozóides no útero. Antes de ser colocado, é lubrificado com um gel ou creme espermicida. Sobre o qual falaremos mais à frente. Este método do diafragma caiu em desuso e deixou até de ser vendido em Portugal.



Fig. 7 Diafragma




Métodos contraceptivos químicos



DIU:


É uma espiral de cobre ou de imaterial plástico, por vezes impregnada dum espermicida (substância que pode matar os espermatozóides), ou de hormonas, que se introduz no útero. O DIU produz uma alteração do endométrio (revestimento interno do útero), que faz com que se alterem as condições necessárias para que se implante o óvulo fecundado. Em menor proporção de casos pode actuar como espermicida; e em alguns casos ainda pode actuar modificando o muco uterino, não permitindo, assim, a progressão dos espermatozóides.



Fig. 8 DIU


Agora vamos passar a outro tipo de métodos, designados de métodos contraceptivos não naturais químicos. Dentro destes métodos encontramos o espermicida, a pílula contraceptiva, implante subcutâneo, injecção intramuscular e o penso adesivo.





Espermicidas:


Que podem ser na forma de gel, espuma ou creme, são substâncias químicas que destroem ou incapacitam os espermatozóides evitando que estes entrem em contacto com o oócito II. Podem ser usados sozinhos ou em conjunto com outros métodos. Contudo, a sua taxa de eficácia é reduzida não considerado método contraceptivo quando utilizado sozinho.
Fig. 9 Espermicidas



Pílula:


É um anticoncepcional oral muito utilizado a partir da década de 60 do século XX. É o método mais utilizado e tem uma eficácia que ronda os 99% quando usado convenientemente, e foi preponderante na emancipação sexual da mulher.

Como já vimos anteriormente a progesterona e os estrogénios exercem uma retroacção negativa sobre o complexo hipotálamo-hipófise, inibindo a síntese e libertação de gonadoestimulinas, LH e FSH, que tem um papel importantíssimo no ciclo ovárico ou seja na produção de óvulos, gónadas femininas. As pílulas combinadas, mais comuns, são constituídas por porções de estrogénio e progesterona sintéticos (progestinas) suficientes para inibir a produção de FSH e LH. Deste modo leva a uma suspensão no ciclo ovárico, deixando de ocorrer a maturação dos folículos, impedindo a ovulação.



Fig. 10 Pílula

 
Ainda nas pílulas, a “minipílula”, é um contraceptivo oral que contém quantidades muito baixas de progestinas. Embora a sua baixa quantidade de progestinas consiga influenciar a maturação do folículo e a ovulação, esta visa ainda tornar o muco cervical mais espesso e viscoso, de modo a dificultar a passagem dos espermatozóides e impedir a fecundação e a proliferação do endométrio. Apesar de tudo isto a sua eficácia é mais baixa do que nas pílulas combinadas e habitualmente é administrada a mulheres que se encontram a amamentar ou que demonstram alguma resistência às pílulas combinadas.





Implante subcutâneo:


É um método contraceptivo muito eficaz para prevenir a gravidez, podendo ser utilizado sozinho sem a necessidade de recorrer a métodos contraceptivos adicionais. No entanto este não protege as infecções sexualmente transmissíveis (IST), onde só o preservativo é comprovadamente eficaz.



 Fig. 11 Implante subcutâneo


Existe recentemente em Portugal e consiste num pequeno tubo que é colocado na parte interna do braço, subcutaneamente, com recurso a anestesia local, devendo ficar perfeitamente localizável. Actua por um período de três anos, podendo ser substituído ou, em caso de haver vontade de engravidar, retirar-se em qualquer altura para que a fertilidade seja retomada. Com este método as menstruações são mais escassas, podendo ocorrer ausência de períodos menstruais (amenorreia).




Penso adesivo:


É uma película muito fina, quadrada, confortável e fácil de aplicar. O adesivo transfere uma dose diária de hormonas, estrogénios e progesterona, através da pele para a corrente sanguínea.

Estas hormonas são semelhantes às hormonas produzidas pelos ovários. O adesivo funciona de duas formas, impedindo a ovulação ou seja, a libertação do óvulo e tornando mais espesso o muco do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozóides no útero.


Fig. 12 Penso adesivo


Cada adesivo é colocado uma vez por semana, durante 3 semanas consecutivas, seguidas de uma semana de descanso.

Apesar de não haver ainda muita informação, estima-se que a taxa de eficácia se aproxime dos 98%.



Pílula do dia seguinte


O método contraceptivo conhecido popularmente como Pílula do Dia Seguinte é, tal como o nome indica, apenas um método de contracepção de emergência.

A pílula do dia seguinte é um método anticoncepcional cuja acção fundamental é impedir a ovulação, e interferir na fecundação e no revestimento interno do útero. Assim, cria-se um ambiente não-propício à implantação do óvulo fecundado.

Deve ser tomado o mais cedo possível, depois de ter tido uma relação sexual não protegida, e preferencialmente nas primeiras 12 horas. Ainda assim, pode ser tomada durante as 72 horas (3 dias) seguinte à relação ter ocorrido. Mesmo tomada nas primeiras 12 horas após o acto sexual, a pílula do dia seguinte tem apenas 75% de eficácia e portanto.


Fig. 13 Pílula do dia seguinte




A Pílula do dia seguinte, é precisamente para casos pontuais, logo o uso desta não deve ser excessiva jamais tomar mais do que uma vez no mesmo ciclo menstrual.

No caso de uma utilização recorrente, as altas dosagens de hormonas a que está a submeter o seu corpo podem causar retenção de líquidos, tensão alta, náuseas, tromboembolismo e desequilíbrio hormonal, constituindo uma grave agressão ao organismo. Além disso, o uso regular diminui a eficácia do método, aumentando o risco de engravidar.

O uso abusivo destes medicamentos pode ainda causar danos graves, como cancro da mama e do útero, problemas numa futura gravidez, além de trombose e embolia pulmonar.






Métodos contraceptivos definitivos




Vasectomia:


Consiste na interrupção dos canais deferentes, por onde os espermatozóides produzidos nos testículos, chegam até à vesícula seminal e à próstata, com o fim de estarem disponíveis de forma a comporem o esperma. É efectuada uma incisão de um centímetro de cada lado do escroto (saco que envolve os testículos), e procede-se ao corte de meio centímetro dos canais deferentes, amarram-se e isolam-se as suas pontas. É finalizada a operação com poucos pontos na pele que serão eliminados espontaneamente. As técnicas variam de cirurgião para cirurgião. Pode-se realizar um único corte central no escroto. Para todo este procedimento é efectuada uma anestesia local.


Fig.14 Vasectomia


Laqueação das trompas de Falópio:



Consiste no método de esterilização feminina caracterizado pelo corte ou ligamento cirúrgico das trompas de Falópio, que ligam os ovários ao útero. Assim, evita-se o contacto entre o gâmeta feminino e o masculino, não havendo por isso fecundação.

Este método é imediatamente eficaz e permanente fazendo-se através de uma cirurgia simples geralmente sob anestesia local. Este método não tem efeitos colaterais a longo prazo deste modo não interferindo com as relações sexuais ou função sexual e não tem efeito na produção de hormonas pelos ovários.

Fig. 15 Laqueação das trompas de Falópio





Reprodução assistida


A reprodução assistida consiste em técnicas que visam combater a infertilidade.

Felizmente, o avanço tecnológico com que nos deparamos actualmente, facilita o acesso a técnicas que ajudam casais com problemas de fertilidade a combater este problema, que se está a tornar mais frequente.


 Fig. 16 Reprodução assistida


A infertilidade masculina deve-se maioritariamente a doenças e a modificações ao nível do esperma, podendo ser também devido a falhas testiculares e a obstrução dos canais deferentes.

Por outro lado a infertilidade feminina deve-se maioritariamente a disfunções ováricas e a problemas nas trompas de Falópio, podendo também ser causada por outro tipo de problemas raros ou mesmo ainda por razões desconhecidas.

Existem actualmente três técnicas para ultrapassar os problemas de infertilidade, a inseminação artificial intra-uterina, a fecundação in vitro e a injecção intracitoplasmática de espermatozóides.


Inseminação artificial:



Consiste na deposição de espermatozóides na cavidade uterina fazendo com que estes não tenham que se expor às condições adversas do muco cervical e assim auxiliando o seu transporte até ao encontro do oócito II facilitando deste modo uma possível fecundação.


Fig. 17 Inseminação artificial


Fecundação "in vitro":



Consiste no encontro entre os gâmetas, masculino e feminino, fora do organismo feminino. O processo efectua-se recorrendo à recolha de oócitos II e espermatozóides e a colocação dos mesmos num ambiente e num local com condições favoráveis à fecundação. Após ocorrer a fecundação, o embrião é então transferido para o útero onde decorrerá o restante processo do desenvolvimento fetal.


Fig. 18 Fecundação in vitro



A injecção intracitoplasmática de espermatozóides:



Consiste na recolha de folículos maduros nos quais são directamente injectados espermatozóides garantindo deste modo a fusão dos gâmetas.


 

Todas estas técnicas de combate à infertilidade são frequentemente associadas à indução de ovulação. Com tratamentos hormonais, estimula-se a produção de oócitos II que podem ser recuperados e utilizados nas diferentes técnicas.


13 de fevereiro de 2012









 
Amamentação
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Nidação



Por volta do 6º dia após a fecundação, o trofoblasto adere à zona superficial do endométrio iniciando-se assim o processo de implantação do embrião. Este processo tem o nome de nidação.



Nidação



Quando o embrião entra em contacto com o útero, inicia-se um processo de digestão da parede do endométrio.

Na maioria dos casos, a nidação ocorre na parede posterior do útero, no endométrio. Uma nidação na parte inferior do útero pode resultar numa placenta prévia, há, desta forma um elevado risco de hemorragia durante a gestação ou mesmo, no momento do parto, podendo levar o feto à morte, devido à falta de oxigenação.





Fecundação e Nidação




Após todo esse processo, o próprio embrião passa a produzir HCG que irá impedir a regressão do corpo amarelo, mantendo assim a produção de estrógenio e progesterona.

Após a nidação, tem início a formação das estruturas embrionárias, como: placenta, cordão umbilical e saco amniótico e após a 5° semana de gestação, a placenta começa a produzir estrógeno e progesterona para manter o endométrio, pondo fim à produção de HCG, e em consequência, há a regressão do corpo amarelo.



10 de fevereiro de 2012

Fecundação



 

Fecundação



No ser humano ocorre fecundação interna, isto é, ocorre fecundação no interior do organismo feminino.
Durante uma relação sexual, milhões de espermatozóides provenientes do esperma masculino são lançados no interior da vagina da mulher. Entram em contacto com o muco cervical que é produzido por glândulas situadas no colo do útero.
Durante o período de ovulação, o muco sofre alterações tornando-o mais fluído, o que facilita a passagem dos espermatozóides, em contrapartida, fora do período de ovulação, o muco encontra-se mais espesso, impedindo a progressão dos gâmetas masculinos.
Em condições propícias à fecundação, ou seja, com o muco fluido, apenas cerca de 1% dos espermatozóides conseguem atingir o útero e, apenas alguns alcançam a Trompa de Falópio – local onde ocorre o encontro com o Oócito II.
   
 


   


Quando os espermatozóides encontram o oócito II, rodeiam-no, até que um gâmeta masculino consiga penetrá-lo - reacção acrossómica. Este processo consiste na exocitose de enzimas hidrolíticas, provenientes do acrossoma, que digerem a zona pelúcida do oócito, permitindo assim a sua entrada. A partir desse momento, a zona pelúcida transforma-se, originando uma espécie de "Barreira de Fecundação" que impede a entrada de outros espermatozóides. A cauda do espermatozóide é expulsa no instante em que o gâmeta masculino entra no oócito.

 

 
    
Após a entrada do gâmeta masculino, o 2º glóbulo polar separa-se do oócito II, uma vez que terminou a divisão meiótica. De seguida, ocorre a fusão dos núcleos masculino e feminino, isto é, a cariogamia formando uma célula diplóide, o ovo ou zigoto.
    Para um desenvolvimento correcto do ovo, é necessário que a fecundação ocorra no primeiro terço da Trompa de Falópio.



 

 

9 de fevereiro de 2012

Regulação Hormonal Feminina



O sistema reprodutor feminino é caracterizado por ciclos que decorrem desde a puberdade até à menopausa. Cada ciclo desencadeia uma série de transformações sincronizadas entre diferentes órgãos do sistema reprodutor como os ovários e o útero. Esses ciclos são consequência essencialmente da acção de hormonas produzidas nos ovários (estrogénios e progesterona).











Os estrogénios são produzidos pelas células foliculares. A concentração desta hormona aumenta progressivamente à medida que os folículos ováricos amadurecem dando-se o pico maior de concentração antes da ovulação. A concentração dos estrogénios é baixa no período da ovulação devido à perda de células foliculares e volta a aumentar novamente durante a fase luteínica devido à actividade do corpo amarelo.

A progesterona é produzida pelo corpo amarelo ou lúteo e atinge o pico máximo de concentração quando este chega à sua maturação. Quando o corpo lúteo começa a degenerar, a concentração desta hormona começa também a diminuir.

A descida simultânea das duas hormonas provoca a desagregação do endométrio – fase menstrual.

Ciclo Uterino


Relativamente ao ciclo ovárico ocorre um ciclo uterino ou menstrual, com alterações do endométrio (revestimento uterino). Essas alterações, induzidas por hormonas ováricas, ocorrem em ciclos de 28 dias e dividem-se em fase menstrual, proliferativa e secretora.



    Fig.1 Ciclo Uterino


    • Fase Menstrual-quando não se dá a fecundação, ocorre a destruição parcial do endométrio uma vez que, as células, devido à contracção dos vasos sanguíneos do útero, deixam de receber nutrientes. São expelidos pela vagina sangue e fragmentos de tecidos, formando a menstruação.

    • Fase Proliferativa-Denota-se o crescimento do endométrio, ao nível de espessura, com o desenvolvimento de glândulas e de vasos sanguíneos devido à elevada concentração de estrogénios a fase folicular. 

    • Fase Secretorao endométrio continua a aumentar de espessura, devido à acção dos estrogénios e progesterona produzidos pelo corpo amarelo.



Regulação do Funcionamento do Ovário

Os ovários são regulados por um complexo situado no cérebro, mais exatamente na base do encéfalo, o complexo hipotálamo – hipófise. Este controlo ocorre ao nível da hipófise anterior e ao nível do hipotálamo. A hipófise anterior produz duas hormonas, as chamadas gonadoestimulinas, que actuam nos ovários (FSH e LH).

  • A foliculoestimulina (FSH) estimula o desenvolvimento dos folículos ováricos que vão produzindo estrogénios.
  • A luteoestimulina (LH) actua no folículo madura estimulando a sua ruptura (ovulação). Determina também a formação do corpo amarelo que vai produzindo progesterona e estrogénios.

O hipotálamo actua sobre a hipófise anterior através de uma neuro – hormona, GnRH. Esta hormona estimula a libertação de gonadoestimulinas FSH e LH pela hipófise. O complexo hipotálamo – hipófise controla o funcionamento ovárico através das gonadoestimulinas que, por sua vez, actuam sobre este complexo. Este fenómeno designa-se retroacção.

Fig.2 Ovário



Uma concentração moderada de estrogénios faz baixar a FSH, por retroacção negativa, ou seja, quando existe um teor relativamente elevado de estrogénios o complexo hipotalamo – hipófise é inibido, diminuindo a produção de FSH, atenuando o desenvolvimento folicular e baixando a produção de estrogénios (valor do teor de estrogénios restabelecido).

Uma concentração elevada de estrogénios faz aumentar a FSH e, sobretudo, LH, por retroacção positiva, isto é, quando existe um teor muito elevado de estrogénios, o complexo hipotálamo – hipófise é estimulado em vez de inibido fazendo aumentar a produção de gonadoestimulinas.

Esta descarga hormonal provoca a ovulação.




Fig.3 Ovário (2)




Na maior parte das mulheres, os ciclos sexuais deixam de ocorrer entre os 45 e 52 anos, sendo a menopausa o último ciclo menstrual da mulher, devido ao esgotamento dos folículos ováricos. Desse modo deixa de ocorrer retroacção negativa sobre o complexo hipotálamo hipófise, aumentado o nível de FSH e LH.



Regulação Hormonal Masculina



Contrariamente à forma como sucede no corpo da mulher, no homem todo este processo, a partir da puberdade, ocorre continuamente. Com a puberdade inicia-se a produção de espermatozóides e também da hormona masculina, testosterona. Esta hormona é responsável pela maturação dos órgãos genitais na puberdade, pelo aparecimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários e pela espermatogénese.

Fig.4 Regulação Hormonal Masculina





A manutenção do teor de testosterona no sangue é regulada pelo complexo hipotálamo – hipófise. Assim o hipotálamo liberta GnRH que estimula a produção de gonadoestimulinas por parte da hipófise anterior (FSH e LH). A LH actua nas células intersticiais ou de Leydig estimulando a produção de testosterona; a FSH actua sobre as células de Sertoli que absorvem a FSH, produzindo uma proteína que fixa a testosterona para se iniciar a espermatogénese. No caso de o valor do teor de testosterona se afastar os limites estabelecidos, ocorre uma retroacção negativa que regressando ao valor normal.



Fig.5 Regulação Hormonal Masculina (2)